Diretoria da AQK realiza rodada de reuniões para que comunidades decidam a destinação das terras de fazendas desapropriadas pelo Incra
O fim de ano da diretoria da Associação Quilombo Kalunga (AQK) foi de trabalho intenso, com reuniões com moradores das comunidades kalungas de Diadema, Vão de Almas e Vão do Moleque para discutir a destinação de fazendas desapropriadas pelo Incra e transferidas para a AQK, que administra as terras do povo kalunga.
Comunidade Kalunga Diadema, em Teresina de Goiás
No dia 22 de dezembro foi realizada uma assembleia com os moradores da comunidade kalunga Diadema e Ema para a comunidade decidir, coletivamente, a destinação das terras da Fazenda do Brejão, equivalente a cerca de 4.164 hectares.
O presidente da Associação Quilombo Kalunga, Jorge Moreira de Oliveira, a vice-presidente da AQK, Ester Fernandes de Castro, a primeira secretária Domingas Natália dos Santos Rosa, a segunda secretária Emília Soares do Prado e as representantes da AQK na comunidade, Cristiane e Efigênia, conduziram a reunião.
![](https://quilombokalunga.org/press/wp-content/uploads/2021/01/IMG_2966-1024x683.jpeg)
O presidente da associaçao, Jorge Moreira de Oliveira, lembrou que o território kalunga é rico em cultura, biodiversidade, recursos hídricos e minérios. “Se a comunidade não ajudar a manter a riqueza do território, tudo isso pode se perder.”, disse.
Jorge também explicou que no território o espaço deve ser compartilhado de forma a permitir o desenvolvimento das quatro principais atividades no território kalunga: agricultura familiar, pecuária, turismo e extrativismo. E que, por tradição, os kalungas
“Essas atividades precisam andar juntas. Todos têm liberdade para produzir desde que não atrapalhe o direito dos outros de desenvolver outras atividades.”, explicou.
![](https://quilombokalunga.org/press/wp-content/uploads/2021/01/pajtRzOHQ0C9bfDdCMWXQ_thumb_2d5-1024x683.jpg)
A comunidade decidiu, por votação, que a terra da Fazenda Brejão será destinada à construção de pequenos sítios para moradia, plantação e criação de animais para as famílias interessadas, que precisam fazer um requerimento na AQK para ter o direito de ocupar a área.
Comunidade Capela, no Vão do Moleque
Na fazenda Santo Estevão foi decidido que seu uso será para moradia, extrativismo e apicultura.
No dia 23 de dezembro, no Vão do Moleque, a pauta principal foi a destinação da fazenda Santo Estevão, que já vinha sendo palco de muitos conflitos entre moradores e pessoas de entorno, que estavam ocupando a área sem autorização, em muitos casos por falta de informação. Estes problemas foram tratados e encaminhados durante a assembleia local da AQK.
A decisão coletiva foi que a Fazenda Santo Estevão está disponível para ocupação para moradia e extrativismo, dando preferência às famílias que vivem mais próximo dali. Serão criados pequenos sítios que podem ser aumentados de acordo com as necessidades e disponibilidade de espaço, mediante autorização da AQK. Também foi autorizada a instalação de um apiário no local.
No dia 22 de dezembro, a reunião do Vão de Almas não teve quórum. Os moradores que compareceram alegaram que a ausência da comunidade foi devido à falta de comunicação por parte dos representantes locais da AQK.
Por Maiana Diniz
Assessora de Comunicação da AQK